Crônica: Um olhar humano
Autora: Laudicea Marta
Um dia, quis conhecer todas as teorias, dominar todas as regras gramaticais: Sintaxe, Morfologia, Fonologia e Semântica. Mas, a cada dia que passava, isso me angustiava. Tentei de tudo, mas não consegui... Foram dias de tristeza.
Com o passar do tempo, entendi que só precisava reconhecer que era apenas um ser humano — e ver o meu aluno também como humano. Que não é preciso dominar todas as teorias nem compreender todas as técnicas; é preciso sentir-se humano e perceber que há alunos precisando mais de mim do que dos meus conhecimentos em determinados momentos.
Há almas que, às vezes, vão à escola com a esperança de ouvir do professor uma palavra que não escutam em casa. Mas o professor, diante dos conflitos cotidianos, nem sempre consegue enxergar isso — e acaba agindo de forma insensível.
Há alunos que querem apenas um abraço, um sorriso, uma palavra — e que essa palavra não seja apenas trabalhada morfologicamente, mas retirada do fundo do coração. Que, ao trabalhar frases, não seja apenas um estudo de sujeito e predicado, mas o reconhecimento de que existem sujeitos precisando ser ouvidos.
Que, ao escolher um texto, ele possa ser estudo e também pretexto — não apenas para a compreensão, mas para que sua interpretação vá além do que ensina a gramática: que toque a alma e provoque transformação no coração do aluno, despertando nele a vontade de voltar a ler e também de viver.
Entendi que ser professor não é apenas corrigir erros gramaticais, mas ajudar o aluno a refletir sobre seus erros e buscar seus acertos. Que, ao trabalhar a justaposição das palavras, o professor lembre que ali podem existir sentimentos despedaçados — e que ele tem o poder, na verbalização, de ajudar a ajustar.
Se alguém quiser apenas transmitir conhecimento, que o faça. Mas, se quiser ser um transformador de almas, que seja. A vida é feita de escolhas. Eu escolhi fazer a diferença na vida de quem está precisando — e, depois dessa decisão, consegui sentir prazer na minha profissão.
Questionário
1 Quais áreas da gramática a autora menciona querer dominar no início do texto?
a) Sintaxe, Morfologia, Fonologia e Semântica
b) Sintaxe, Morfologia, e Fonologia
c) Sintaxe e Morfologia
d) Sintaxe
2 O que a autora sentia ao tentar dominar todas as regras e teorias?
R-
3 Segundo o texto, o que a autora descobriu com o tempo?
a) Que precisava estudar mais gramática
b) Que só precisava reconhecer sua humanidade e ver o aluno como humano
c) Que ser professor é apenas corrigir erros gramaticais
d) Que os alunos não precisam de atenção afetiva
4 O que, de acordo com a autora, muitos alunos buscam na escola além do conhecimento?
R-
5 Quando a autora fala em “palavra”, o que ela quer dizer?
a) Apenas uma palavra escrita corretamente
b) Uma palavra retirada do coração, que acolhe o aluno
c) Uma palavra técnica da gramática
d) Uma palavra inventada pelo professor
6. Qual é a diferença entre trabalhar frases como análise sintática e trabalhar frases como forma de enxergar os alunos?
R
7 Para a autora, ser professor significa:
a) Apenas ensinar teoria e corrigir erros
b) Ser pai ou mãe dos alunos
c) Ir além da gramática e tocar o coração dos alunos
d) Fazer de conta que os problemas dos alunos não existem
8. O que significa “o texto ser um pretexto”, segundo a reflexão da autora?
R-
9.Que tipo de crítica a autora prevê receber pelo seu texto?
R-
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